O trabalho hoje é um esforço planejado e coletivo, no contexto do mundo industrial, na era da automoção. Nos países de 3° Mundo sobram regiões onde esses fatos na realidade são distantes. O capitalismo monopolista da segunda metade do século XX invadiu as regiões aparentemente marginais do 3° Mundo. O colonialismo cedeu lugar a um imperialismo econômico indisfarçavel. Vivemos uma época das organizações multinacionais. Cada vez mais grandes massas de contemporâneos passam a depender de organizações e grandes empresas para seu trabalho. Cada vez mais deixamos o trabalho autônomo por um emprego na organização, ou mesmo pelo desemprego ante organização. Ao processo moderno de industrialização das economias nacionais correspondem alguns fenômenos que lhe estão associados, seja como causa ou conseqüência, ou apenas como correspondente e fato simultâneo. O crescimento demográfico e a urbanização são dois acontecimentos registrados pelas estatísticas e confirmados pela observação e vivência mais imediata. Do século XIX para cá, as populações se multiplicaram de forma assombrosa, ao mesmo tempo que se transferiam em massa do campo para as cidades. A corrida para as cidades se explica em parte pela natureza do trabalho industrial. Produzir em série e com auxilio de máquinas significa produzir em centros onde estas máquinas sejam concentradas. O homem do campo se dirige à cidade em busca de emprego nesta produção moderna, que lhe acena com promessas de um serviço menos ariscado e dependente da natureza do que o labor no campo, e com possibilidades de usufruir do bem-estar que as cidades se vangloriam de possuir, embora não ofereçam a todos. O crescimento demográfico acontece, sim, a partir das novas conquistas da área da saúde, que trazem o controle de certas epidemias e possibilitam a redução da mortalidade infantil, das gestantes, das mães, etc. Mas o crescimento também se deve às migrações, à necessidade de emigrar do campo por falta de uma boa distribuição de terra, ou à migração movida pela esperança que representa a integração no mercado de trabalho moderno e no modo de vida urbano. O aumento demográfico, aumento do crescimento populacional, nos países mais industrializados já apresenta tendência oposta; com o desenvolvimento plenodas condinções urbanas de vida nas sociedades industriais, o número de nascimentos por famílias tende a diminuir, e supera-se o excesso demográfico sem necessidade de drástico controle natalidade pelo poder púlblico. Na américa latina a concentraçãoo de grandes massas humanas em redor das cidades veio dar-se antes mesmo da criação de suficientes lugares de trabalho na indústria. Também por isso o problema do trabalho e da sobrevivência aqui se apresenta com características muito mais complexas e dramáticas do que nos países centrais do mundo ocidental. Por muito tempo nossas terras foram reservadas para alimentar com matérias-primas, fornecendo as riquezas do nosso solo, o desenvolvimento das manufaturas e indústrias nos países da Europa. Nos países europeus menos industrializados no século XIX, as elites dominantes usaram o expediente de exportar seus camponeses e artesões para a América, contornando assim o crescimento gigantesco das cidades. No século XX se dá a industrialização tardia da América Latina, uma vez que as cidades já explodiram em milhões de habitantes. As riquezas de nossos países foram continuamente exportadas para manter o desenvolvimento econômico e social dos países ricos. É nesse momento da história do trabalho que nos encontramos. O que a modernização, a indústria e a cidade ainda não trouzeram para os nosso países da América Latina foi a extinção da miséria, a saúde do povo, a felicidade das crianças, a justiça social. Nesta cidade moderna a separação entre o lugar de trabalho e lugar de moradia. O operário dos grandes centros da atualidade pode precisar de algumas horas de locomoção para perfazer a distância entre seu bairro operário da periferia urbana e a fábrica confinada no circuito industrial. Este fato toca de forma muito especial as mulheres, tradicionalmente encarregadas de cuidar e da alimentação dos filhos. As mulheres sempre trabalharam, e não só em serviços leves. A sociedade burguesa não parece facilmente disposta a arcar com as conseqüências daquela separação, providenciando equipamentos sociais coletivos para o cuidado e alimentação dos menores: creches e refeitórios nos lugares de trabalho, escolas populares de dois turnos, etc. Esses serviços continuam hoje sob a responsabilidade das mulheres. Separam-se também as partes do processo de produção de um objeto, de um projeto. Cada trabalhador ou funcionário entenderá apenas de um minúsculo ponto do processo. O trabalho é alienado do trabalhador porque o produtor não detém, não possui nem domina os meios da produção. "deixo de ter minha profissão, pois ela se liga ao meu conhecimento desta máquina à minha frente, que não é minha propriedade e cujo destino não determina, embora domine parte do uso." Produtor e produto estão separados. Outra alienação que está submetido o trabalho na máquina industrial é o corte entre produtor e consumidor. Essa alienação é uma consequência da organização legal do capitalismo moderno e desta divisão do trabalho, é uma auto-alienação: o trabalhador vende seu tempo, sua energia, sua capacidade. Segundo Marx: como o homem se aliena, ou seja, vende sua força de trabalho a outrem, a quem eie outorga e a quem passa a pertecender o seu trabalho e o produto deste, assim esta relação alienada do homem com seu trabalho e produto gera uma relação correspondente do capitalista. Esta deriva, é resultado da alienação do trabalho. Marx deduz que a emancipação da sociedade assume a forma política da emancipação dos trabalhadores. Pois toda servidão humana está enredada na relação do trabalhador com a produção. Renda, staus e poder substituem apreocupação e o cuidado de fazer bem alguma coisa que se sabe fazer. O mundo da técnica teria chegado ao fim do caminho. Pelo máximo da tecnicização, cada fragmento do processo de trabalho se torna tão independente da pessoa, que é bem aleatório quem o faz, e se quem trabalha faz bem o que faz ou não. Comparando o trabalho na organização com o modelo artesanal de trabalho, é fácil perceber também a perda do aspecto lúdico. No meio artesanal o artesão trabalhava de modo autônomo, pode interromper sua aplicação ao ofício no momento em que se sente carência de descanso. ( Tem prazer) No trabalho em equipe, na fábrica como na burocracia, mas principalmete na linha de montagem, que não pode parar, sob pressãoo do controle da produtividade e qualidade, e o afã do lucro, não pode ser intercalado nenhum lazer com a aplicação atenta e desgastante a um mesmo gesto, uma mesma operação especializada. Não há condições para introduzir prazer no tempo de trabalho. O trabalho hoje é o oposto daquele trabalho artesanal, no mundo industrial alta vínculo entre trabalho e o resto da vida. Assim separa-se livremente trabalho e lazer, de prazer, cultura, de renovação das forças anímicas, que deverão ser buscadas no tempo que sobrar do trabalho. Uma das caracteristicas mais decisivas do mundo do trabalho em que vivemos, é a submisão ao capital, aos interesses dos capitalistas e dos proprietários. A força do trabalho é dada como mercadoria e o salário dele é bem menor do que o que ele produz. O mundo é domesticado pela submissão ao trabalho. O labor invade o mundo do trabalho, que os meios de comunicação de massas mantêm, enquanto manipulam o desejo e criam necessidades de consumo, dando aparência de necessidade a m trabalho que em si não seria necessário.
Um comentário:
MUITO ME AJUDOU EM UMA PROVA DE TRABALHO E SOCIABILIDADE.. FAÇO SERVIÇO SOCIAL EM NATAL/RN.. VALEU
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